Percussão Extraordinária
2, 3, 16 e 17 de Junho de 2017 | 21h30
O'culto da Ajuda | Lisboa
Percussão Extraordinária
Ciclo de Percussão no O’culto da Ajuda integrado nas Festas de Lisboa 2017
4 nomes maiores da percussão em Portugal mostram do que a extraordinária percussão é capaz nos séculos XX e XXI. Um percurso musical com obras de referência e obras portuguesas do nosso tempo através da excelência instrumental de 4 solistas / agrupamentos que se destacam no panorama musical português da actualidade.
Um olhar também sobre a música ibero-americana da actualidade para percussão a acompanhar Lisboa Capital Ibero-americana da Cultura.
4 recitais integrados nas Festas de Lisboa 2017 durante o mês de Junho, nos dias 2, 3, 16 e 17 às 21h30 no O’culto da Ajuda, protagonizados por Drumming Marimba Quartet, Miguel Bernat, Colectivo e Nuno Aroso, respectivamente.
2/06 - 21h30 Drumming Marimba Quartet
3/06 - 21h30 Miguel Bernat
16/06 - 21h30 Colectivo
17/06 - 21h30 Nuno Aroso
2-Junho / 21h30
Drumming Marimba Quartet
© Susana Neves |
Pedro Gois . marimba
André Dias . marimba
João Dias . marimba
Miguel Bernat . marimba
Arturo Fuentes – Fosil Calatrava (2016)
Miguel Azguime – Orbital Shift Variations (2017) **
Christopher Deane – Vespertine Formations (2003)
José Alberto Gomes – No Moon (2016/2017) *
Jo Kondo – A Volcano Mouth (1986)
Fernando Villanueva – The Art of Worldmaking (2016/17) *
Uma das tradições que tem vindo a desenhar a nossa Europa é, justamente, a capacidade de inovar e inventar novos mundos ou paisagens em termos artísticos, o que no fundo tem definido o que somos. No seio do Drumming – Grupo de Percussão, continuamos a acreditar nestes valores e assim prosseguimos na aposta desta tradição que é a criação, mesmo contra tendências e comodidades que paradoxalmente se têm instalado na nossa sociedade (europeia) nestas últimas décadas.
Dentro do macrocosmo que representa o conjunto de instrumentos da família da percussão criamos constelações e sistemas (no fundo combinações camerísticas) que possam ter sentido pela sua homogeneidade e coerência como pode ser, e acreditamos que é, esta proposta: Quarteto de Marimbas.
Consideramos, portanto, pertinente a criação de um quarteto de marimbas, também devido ao desenvolvimento que a marimba tem tido nas últimas décadas, assim como, ao significativo avanço da sua técnica interpretativa oferecendo um leque de possibilidades harmónicas, tímbricas, rítmicas e espaciais. O parco repertório existente já nos mostra as múltiplas possibilidades musicais inerentes e, por isso, pretendemos contribuir para a sua divulgação e a sua expansão em estreita colaboração com os compositores e construtores de instrumentos e baquetas. Efectivamente existe um grande paralelismo entre a génese de um quarteto de marimbas e um quarteto de cordas, devido à ambivalência entre homogeneidade e variedade sonora que ambas formações possuem. Esperamos com este projecto um futuro prometedor em torno deste núcleo camerístico.
O repertório passa pelos trabalhos com compositores de renome internacional, bem como encomendas de novas peças.
Miguel Bernat
3-Junho / 21h30
Miguel Bernat
Miguel Bernat . percussão
David del Puerto - 42ºC. a la Sombra (2007)
Nuno Côrte-Real - Estudo de Oitavas (2013)
Jesús RUEDA – Sunrise (2014).
Mark Applebaum - Aphasia (2010)
Fernando Villanueva - Chaos Study (2013) *
Joan Guinjoan - Divertiment (2013) *
Horacio Vaggione / Miguel Bernat - Points Critiques + (2013)
ESTUDOS DE CONCERTO PARA MARIMBA, E MAIS
Por volta de 2004 comecei a imaginar a criação de um livro de estudos de concerto para vários instrumentos de percussão. A gestação das peças que constituem o primeiro livro, dedicado à marimba, durou aproximadamente uma década e beneficiou do apoio da Fundación BBVA a Investigadores e Criadores Culturais 2016. Esta iniciativa (publicada em finais de Abril de 2017 acompanhada de um CD), surgiu para introduzir um repertório específico nos meus concertos que me servissem paralelamente de treino técnico e de exploração dos instrumentos, visando obter um conhecimento mais profundo da percussão e, por outro lado, para dispor de um conjunto de peças que apresentassem novos desafios técnicos e estéticos para utilização nas minhas actividades como professor, diversificando assim o repertório.
Fui conhecendo os compositores que criaram estas músicas através dos grupos que delinearam a minha vida artística (Ictus Ensemble, de Bruxelas; Drumming Grupo de Percussão, do Porto; Duo Contemporain, de Roterdão).
O privilégio desta proximidade com o núcleo da criação musical ofereceu-me esta excelente oportunidade, que quero partilhar com o público e com as novas e as futuras gerações de músicos percussionistas.
Neste concerto já se mostra o gérmen do que poderão ser futuros livros dedicados ao vibrafone, à caixa e à multi-percussão. Um encontro e uma constatação da diversidade da música actual.
Miguel Bernat
Recital com o apoio da Fundación BBVA a Investigadores e Criadores Culturais 2016 e o apoio da Fundação GDA
16-Junho / 21h30
Colectivo
Aphasia, Mark Applebaum
percussão gestual: Cristiano Rios
Solo de Vibraphone, Philippe Manoury
vibrafone: Cristiano Rios
Prism, Keiko Abe
marimba: Pedro Tavares
Ripple, Akira Miyoshi
marimba: João Diogo Castro
Cinnabar Heart, Chinary Ung
marimba: Inês Barracho
Stop Speaking, Andy Akiho
caixa: António Machado
Corporel, Vinko Globokar
percussão corporal: Francisco Cipriano
Khan Variations, Alejandro Viñao
marimba: Cristiano Rios
Colectivo:
António Machado
Cristiano Rios
Francisco Cipriano
Inês Barracho
João Diogo Castro
Pedro Tavares
Teresa Simas
gestão artística
17-Junho / 21h30
Nuno Aroso
Nuno Aroso . percussão
Luís Antunes Pena - Música Para 30 Metais (2012) *
Matthew Burtner - Broken Drum (2003) *
Karlheinz Essl - Sequitur XI (2011) *
Nicolaus A. Huber - Clash Music (1988) *
João Pedro Oliveira - Vox Sum Vitae (2011)
Jaime Reis - Omniscience is a Collective (2017) **
Lei Liang – Trans (2016)
METAL
"Entre nós e as palavras há metal fundente…” (Mário Cesariny in You are welcome to Elsinore)
Tenho, desde há muito tempo, um interesse particular por instrumentos de percussão feitos de metal. Encontro neles a poética própria do que é contraditoriamente frágil e rude, sensível e áspero, despojado, adornado, múltiplo e simultaneamente único. Serão, porventura, os mais “alquímicos” de todos os instrumentos musicais. Metal, para percussão solo é um recital que põe em evidência um conjunto de peças que me foram sendo dedicadas, com a excepção de Huber e Liang, por compositores da minha admiração, com a particularidade de apenas serem usados instrumentos feitos de metal e dispositivos de electrónica. A narrativa desenrola-se a partir da monumental obra para 30 pratos de Luís Antunes Pena e segue, por entre discos de travão de automóvel, vibrafone, triângulos, lâminas de alumínio, ferros de vários tamanhos, latas coloridas, taças de cobre, sinos de culturas distantes, divagando entre a complexidade e a simplicidade de meios até à última obra, que reúne um conjunto multi-instrumental e que convida o público presente a participar num diálogo musical comigo, que nesse momento estarei na condição de maestro/percussionista.
Nuno Aroso
* estreia em Portugal
** estreia absoluta